Você se atreve a fazer uma viagem interestelar em direção à estrela Macondo na companhia de Bowie?

Com a ajuda do integrador Merge, o Planetário de Bogotá renova seu sistema de projeção digital e abre as portas para emocionantes experiências imersivas nas quais o céu não é o limite.

As crianças que caminham em direção às amplas áreas verdes do Parque de la Independencia têm rostos sorridentes e olhos iluminados. Esta tarde, sua energia inesgotável não é ocupada pela corrida, mas sim derramada nas dezenas de perguntas que a função que experimentaram há alguns minutos despertou neles no Planetário de Bogotá. Quase nenhuma mãe, nenhum avô consegue responder a todas elas, pelo contrário, eles também estão animados e cheios de perguntas. Eles testemunharam um show de vídeo 4K imersivo como os que se desenrolam todos os dias na gigantesca cúpula de quase mil metros quadrados de superfície, resultado da recente renovação do sistema de projeção de vídeo digital do planetário da capital colombiana.

“Quase todos os processos que nos transformam de maneira positiva nascem das emoções”, diz Carlos Augusto Molina, responsável do Nodo de Ciências, Artes e Tecnologia em IDARTES e diretor do Planetário de Bogotá.

“Ouvimos fragmentos das conversas das famílias que visitam o planetário e percebemos que de alguma forma nos conectamos com as pessoas. E, quem sabe, talvez sejam geradas perguntas que possam até provocar vocações”, compartilha Molina ao explicar que um dos seus objetivos é conscientizar sobre o nosso papel no universo.

Planetário de Bogotá, mais de 50 anos de experiências espaciais

Inaugurado em 1969, o Planetário de Bogotá está localizado dentro do Parque de la Independencia, junto à Avenida El Dorado e muito perto do Museu de Arte Moderna de Bogotá e da Biblioteca Nacional da Colômbia. A partir de 2012, passou a integrar o Instituto Distrital das Artes (IDARTES) como espaço de divulgação cultural e científica.

No planetário tem um Museu Espacial com salas de exposições e espaços interativos, biblioteca especializada em astronomia, sala infantil e auditório, entre outras instalações. Mas, seu coração está, sem dúvida, na cúpula de 23 metros de diâmetro com capacidade para receber 375 pessoas confortavelmente sentadas, na qual muitas gerações de colombianos experimentaram sua primeira abordagem às ciências espaciais.

Desde sua inauguração, o Planetário de Bogotá contava com um sofisticado sistema de projeção óptico-mecânica e posteriormente utilizou um novo sistema com certas limitações. “Em 2013, durante um processo de reforma, foi trocado com um sistema de projeção que estava em operação há vários anos, mas não atendeu às expectativas”, diz Diego Mauricio Gutiérrez, responsável pela criação de projetos de infraestrutura e tecnologia no palco do Planetário de Bogotá. “Há alguns anos, trabalhamos na exigência de um novo sistema de projeção digital que atendesse às necessidades do planetário”, diz Gutiérrez.

A chave: pesquisar e definir o escopo do projeto

Molina e Gutiérrez concordam sobre a importância de todo o trabalho de pesquisa anterior para gerar um requisito sólido que se tornaria um concurso público. “Consultamos integradores de soluções audiovisuais, conversamos com colegas de outros planetários, investigamos a fundo porque sabemos que temos uma grande responsabilidade de investir bem o dinheiro público”, diz Molina, que divide as necessidades em uma seção de experiência e conteúdo, e outra dos aspectos técnicos.

Para o diretor do Planetário de Bogotá, os planetários devem ser espaços vivos e um de seus desafios é fazer a curadoria de conteúdo que contribua para gerar uma conversa pública sobre ciência. “Somos geradores de curiosidade! Temos que motivar através das emoções para passar da experiência à pergunta e da pergunta à pesquisa. Daí a importância de o novo sistema ter um software astronômico com possibilidade de obtenção de conteúdo de alto nível”, comenta.

Quanto aos aspectos técnicos, Gutiérrez enumera os mais importantes: ótimo desempenho em termos de contraste e brilho, ter software de autocalibração para o sistema de projeção, operação com no máximo dois servidores e incluir software astronômico robusto. “Fizemos um extenso estudo de mercado para conhecer e analisar as diferentes tecnologias de projeção e chegamos à conclusão de que a melhor opção eram os sistemas laser RGB”, acrescenta.

Precisamente na definição dos requisitos, a equipe do planetário contou com o apoio da Merge, uma jovem empresa de integração audiovisual formada por profissionais com larga experiência no desenvolvimento de propostas para contratação estadual. “Nossa colaboração começou na fase pré-contratual do projeto. Ou seja, atuamos como assessores tecnológicos para que os responsáveis pelo planetário conhecessem as diferentes opções de produtos, tivessem todas as informações necessárias e sanassem suas dúvidas para que pudessem desenvolver uma proposta de licitação de acordo com o escopo, a qualidade e o desempenho do sistema desejado”, descreve Paola Andrea Chávez, diretora geral da Merge.

Parte da filosofia da Merge, explica Chavez, é ajudar a criar uma proposta sólida para o cliente atingir a meta de conclusão do projeto. Para isso, é fundamental que os órgãos públicos valorizem conceitos como qualidade ou serviço de pós-venda para que demonstrem suas necessidades ao órgão responsável pela definição e entrega dos orçamentos. “Sabemos que a ajuda que prestamos na fase pré-contratual não influencia no resultado do concurso, aliás entendemos que alguns projetos nem vão ser licitados, mas entendemos que faz parte do nosso trabalho”, acrescenta.

Uma aliança e duas marcas líderes para uma solução abrangente

Neste caso, o resultado da licitação favoreceu a Merge, cuja proposta consistia em uma solução abrangente com tecnologia de projeção, processamento, controle e autocalibração da marca Christie, onde foi adicionado o software astronômico Digistar 7 do renomado fabricante Evans & Sutherland. Além disso, para fortalecer o processo de integração, a Merge associou-se a outras duas empresas locais, Bigvideo e AV Design, para elevar seu nível de serviço. A Bigvideo contribuiu com sua vasta experiência em projeção de cúpula e a AV Design contribuiu com seu conhecimento em controle e automação.

Foto: Merge

O novo sistema de projeção consiste em dois projetores a laser Griffyn 4K32-RGB da Christie, que faz um blending com o qual 70% da enorme cúpula é coberta. Ambos são controlados por dois servidores Pandoras Box com software Pandoras Box 8 que, além de operar os projetores, também é responsável por gerenciar o conteúdo do software astronômico que complementa o sistema. A solução inclui a ferramenta de alinhamento e recalibração Christie Mystique Large Scale Experience que garante que, dia após dia, as projeções tenham o melhor padrão de qualidade, apesar das mudanças de temperatura, do comportamento dos materiais da cúpula ou das vibrações produzidas pelo movimento.

Com esta solução de projeção 4K robusta, o planetário possui projeção 4K de alto contraste e alta luminosidade de 34.000 lúmens para exibir imagens de vídeo texturizadas e com cores ricas. A gestão, através de servidores e software, garante um desempenho confiável, tanto para múltiplas funções diárias quanto para interação com o programa Digitstar 7.

Por sua vez, o software astronômico Digistar 7 oferece uma enorme variedade de conteúdo científico que é atualizado com frequência graças ao fato de ser alimentado por dados de observatórios astronômicos, universidades e centros de pesquisa em todo o mundo. É possível projetar simulações relacionadas a qualquer fenômeno do universo, conhecer as galáxias de perto ou ver em detalhes as correntes de vento e analisar sua influência nos oceanos da Terra. O Digistar 7 também oferece a opção de domecasting, ou seja, um especialista que controla o sistema remotamente de outro planetário enquanto conversa com o público presente na cúpula de Bogotá.


“A combinação do sistema de projeção digital e conteúdo científico e educacional com qualidade 4K, disponível por meio de software astronômico, nos permite oferecer uma experiência imersiva no nível que o público de hoje espera”, explica Carlos Augusto Molina.

Embora todo o processo de instalação e integração tenha sido realizado sob as rígidas regras de distanciamento social típicas da pandemia do COVID-19, todos os envolvidos fizeram um grande esforço para levar o projeto adiante. Os ajustes, testes e até treinamentos foram realizados com equipes de trabalho, presencial e remoto, com as limitações que isso implica, mas o sistema foi afinado e entregue em tempo hábil.

A chegada do novo sistema de projeção foi celebrada em 28 de agosto de 2021 com a estreia da obra “Um viajante interestelar”, uma produção conjunta do IDARTES e da Fundação Orquestra Sinfônica de Bogotá. O show de música, iluminação e projeção digital 4K é uma homenagem ao artista David Bowie e seu fascínio por viagens espaciais, ficção científica e seu fabuloso personagem Ziggy Stardust.

 

Projeções digitais que atraem sorrisos de satisfação

“Estamos muito satisfeitos com o desempenho do sistema e os resultados obtidos até agora. Pessoalmente, gosto muito do sistema de autocalibração dos projetores, é simples e fácil de operar”, expressa com entusiasmo Diego Mauricio Gutiérrez. “Em dezembro de 2021, nosso planetário acolheu o Encontro da Associação de Planetários da América do Sul, então pudemos ouvir os comentários de outros colegas. Todas as opiniões foram positivas e ficou claro para nós que estamos na vanguarda em termos de sistemas de projeção junto com os principais planetários da Argentina, Brasil e Chile”, afirma.

O envolvimento do integrador Merge não se limitou à entrega do sistema. Continua por meio de um serviço de pós-venda que inclui um ano de manutenção, atualizações de software e treinamento de pessoal.


“O projeto do Planetário de Bogotá foi muito significativo para uma empresa jovem como nós. Isso nos posiciona como um integrador competitivo no setor público”, afirma Nelson Armando Benavides, CEO e cofundador da Merge. “Estamos crescendo, buscamos atrair talentos e capacitar nossos colaboradores com a ajuda de fabricantes e associações como a AVIXA, da qual somos membros. E sem dúvida, este tipo de projeto representa uma motivação extra para atingir estes objetivos”, conclui Benavides.

Da direção do planetário, Carlos Augusto Molina acredita que o renovado sistema de projeção do planetário também contribui para o avanço dos objetivos do IDARTES. Por exemplo, à chamada transformação na apropriação social do conhecimento, usando a tecnologia de forma que ajude a revitalizar o interesse por cenários culturais com narrativas mais instigantes.

“Não só são abertas novas discussões sobre temas como as mudanças climáticas, também temos acesso a conteúdo quase em tempo real para testemunhar a explosão de uma supernova ou explorar a estrela recém-nomeada Macondo ou o exoplaneta Melquiades”, explica Molina. “Além disso, temos novas opções narrativas, podemos misturar esse conteúdo com música, como fizemos na estreia do sistema com a música de David Bowie, um show que o público experimentou com alegria. E esse é um ponto fundamental, porque as pessoas devem saber que esses espaços e recursos fazem parte do gozo de seus direitos culturais”, conclui o diretor.

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